sexta-feira, 24 de junho de 2011

Saiba de onde vieram as tradições das festas junina e julina

Rituais pagãos, celebrações católicas, tempero indígena: a festa junina mescla as mais diversas influências.


Foto Ricardo Corrêa 
 Festa de Santo Antônio dia 13 de junho; de São João, dia 24; de São Pedro e São Paulo, dia 29 de junho. Há motivos para comemorar durante o mês todo e até fazer uma farra tardia, a julina. Mas, apesar dessa ligação ao calendário das festas católicas e aos dias dos santos, o costume de celebrar o mês de junho remonta a um tempo anterior à era cristã. Mais precisamente, aos rituais de invocação da fertilidade no Hemisfério Norte, durante o solstício de verão, o dia mais longo do ano.
De acordo como livro Festas Juninas, Festas de São João: Origens, Tradições e História, da antropóloga Lúcia Helena Vitalli Rangel (Publishing Solutions / Yoki, 2008), era no solstício de verão que diversos povos, como celtas, egípcios, persas e sírios, faziam rituais para promover a fartura nas colheitas.
Na Europa, ao longo dos séculos, os festejos do solstício foram incorporados à cultura de cada região. Em Portugal, país majoritariamente católico, os santos de junho foram incluídos nas celebrações. Das terras lusitanas, as tradições aportaram por aqui e ganharam outras cores locais. “No Brasil, há uma certa coincidência entre as festas da fertilidade da colheita do Hemisfério Norte comrituais indígenas”, diz Lúcia Helena, que é professora e diretora-adjunta da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A influência dos índios na festa brasileira fica evidente nas comidas juninas: milho,mandioca, abóbora e batata-doce, exemplifica a antropóloga. É, enfim, uma celebração miscigenada, com ingredientes vindos de diversas culturas. Veja, a seguir, algumas curiosidades sobre os símbolos dessa festa.
Quadrilha
Tudo que é moda em Paris é moda no mundo. E foi assim que a dança quadrille desembarcou por aqui, nos salões brasileiros do século 19. Não é à toa que o puxador da quadrilha usa palavras como "balancê” e “anarriê” (do francês en arrière, ou seja, para trás). Com o tempo, a marcação europeia deu lugar à cadência brasileira e o som passou a ser feito pelo triângulo, pela zabumba e pela sanfona.

 Pau de sebo
A brincadeira de escalar os cerca de cinco metros do pau de sebo é um desafio e tanto. Quem conseguir alcançar o topo ganha uma bela quantia de dinheiro. O pau de sebo não deve ser confundido como mastro dos santos, erguido com a bandeira do santo padroeiro da festa.

Comidas típicas
Época de agradecer a fartura, época da colheita do milho. É por isso que ele está tão presente nas festas, em forma de curau, bolo de milho, pamonha, caldo de milho, pipoca e milho cozido.
Fogueira
A luz da fogueira era o aviso de que João Batista havia nascido. De acordo com a lenda católica, o fogo foi o sinal combinado por Isabel para avisar sua prima Maria do nascimento do filho. Antigamente, a fogueira também era usada para afastar os maus espíritos das plantações.
Balões
Os balões são proibidos no Brasil, mas, em outras épocas, eram usados para levar os pedidos dos fiéis para os santos.

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